quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Amiloidose

Amiloidose é uma patologia na qual ocorre acúmulo, em vários tecidos de amilóide, uma substância proteica rara (que normalmente não está presente no corpo). É uma doença rara ( afeta oito em cada 1 milhão de pessoas ), progressiva e geralmente incurável, que ocorre quando há acúmulo, ao redor dos vasos sangüíneos, de pedaços de proteína dobrados em uma configuração altamente estável ( em folhas de pregueamento "beta" ). Essas proteínas são produzidas na medula óssea em conseqüência a uma série de doenças, o que torna a amiloidose não uma doença em si, mas uma manifestação de outra doença.

Há três tipos de amiloidose
Amiloidose Primária: causa desconhecida, sendo que a doença pode estar associada a alterações das células plasmáticas, como o mieloma múltiplo;


Amiloidose Secundária: resulta de outras doenças (pe: tuberculose, infecções dos ossos, artrite reumatóide, febre familiar do Mediterrâneo ou ileíte granulomatosa);


Amiloidose Hereditária: afecta os nervos e certos órgãos e foi detectada em indivíduos provenientes de Portugal, da Suécia, do Japão e de muitos outros países.


Uma quarta forma pode estar associada ao envelhecimento normal, afectando sobretudo o coração.
O diagnóstico é fácil (técnica microscópica com uma coloração específica - vermelho congo), embora seja dificultado pela associação da amiloidose a diversas outras doenças e devido à grande diversidade de sintomas.
O prognóstico é diverso, indo desde a inofensividade até à doença terminal.Não há cura para a amiloidose. Os objetivos do tratamento, a partir do diagnóstico, são reduzir ou diminuir a produção do amilóide, eliminar depósitos, aliviar ou curar a doença de base e tratar as complicações decorrentes pelos depósitos nos órgãos acometidos.

Diversas drogas estão sendo utilizadas em situações específicas, como melfalan, prednisona, colchicina, talidomida, dexametasona e outros, mas com resultados limitados.


Adaptação Celular ao Crescimento e a Diferenciação

As células respondem ao aumentoda de demanda e ao estímulo extremo por meio da hiperplasia ou da hipertrofia, e responde à redução de nutrientes e de fatores de crescimento pela atrofia. Em algumas situações, as células mudam de um tipo para o outro, um processo conhecido com metaplasia.


Hiperplasia: aumento no número de células de um orgão ou tecido, geralmente resultando em um aumento do seu volume. Ocorre se a população celular for capaz de sintetizar DNA permitindo, assim, que ocorra a mitose; pode ser fisiológica ou patológica.




Hipertrofia: aumento no tamanho das células, resultando em um aumento no tamanho do orgão. Assim o orgão hipertrofiado não tem nehuma célula nova, só células maiores. Pode ser fisiológhica ou patológica, sendo causada pelo aumento da demanda funcional ou por estímulos hormonais específicos.





Atrofia: redução no tamanho da célula devido à perda de substância celular. Representa uma forma de resposta de adaptação e pode culmina em morte celular. Pode ser fisiológica que é comum durante as fases iniciais do desenvolvimento ou pode ser patológica que depende da causa e pode ser localizada ou generalizada.


Metaplasia: é uma alteração reversível na qual um tipo de célula adulta(epitelial ou mesenquimal) é substituída por outro tipo de célula adulta. Isso pode representar uma substituição de adaptação de células que são sensíveis as estresse por tipos celulares mais capazes de sobreviver ao ambiente adverso.

domingo, 8 de agosto de 2010

O que é Patologia?

Patologia (derivado do grego pathos, sofrimento, doença, e logia, ciência, estudo) é o estudo das doenças em geral sob aspectos determinados. Ela envolve tanto a ciência básica quanto a prática clínica, e é devotada ao estudo das alterações estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos que estão ou podem estar sujeitos a doenças.

sábado, 7 de agosto de 2010

Mecanismos das Lesões Celulares

Os mecanismos bioquimícos responsáveis pela lesão celular são complexos. Entretanto existem vários princípios que são relevantes na maioria das lesões celulares:
- A resposta celular a estímulos nocivos depende do tipo da lesão, sua duração e sua gravidade;
- As consequências da lesão celular dependem do tipo, estado e grau de adaptação da célula danificada;
- A lesão celular resulta de anormalidades funcionais e bioquímicas em um ou mais componentes celurares essenciais:
  a) respiração aeróbia
  b) membranas celulares
  c) síntese protéica
  d) citoesqueleto
  e) aparato genético da célula







Mecanismos
Responsáveis pela lesão celular induzida por diversos estímulos;
- Diminuição do ATP: Quando há depleção do ATP (por anóxia, isquemia, envenenamento), a falta de energia produz falha das bombas de sódio e potássio, que são localizadas na membrana celular. Com isto há entrada de Na e água e saída de K, produzindo edema intracelular.
A célula então inicia glicólise anaeróbia, que é menos eficiente, gerando menos energia, produzindo substâncias ácidas (ácido lático, fosfatos inorgânicos) e exaurindo os depósitos celulares de glicogênio. Com isto há queda do pH intracelular. A falha na bomba de Cálcio faz com que o cálcio comece a se acumular no citosol, ativando enzimas tais como as proteases, ATPases, endonucleases e outras, que causam destruição de componentes importantes da célula (proteínas, ATP, ácidos nucléicos,membranas), podendo levar à morte celular. O retículo endoplasmático rugoso começa a perder os seus ribossomos, ocorrendo prejuízo ou parada da produção de proteínas (estruturais e funcionais), o que pode culminar na morte da célula.



- Dano Mitocondrial: Lesões celulares freqüentemente são acompanhadas por alterações morfológicas das mitocôndrias. As mitocôndrias são lesadas por diversos mecanismos, tais como perda da homeostase do cálcio, cuja concentração aumenta no citosol, stress oxidativo e fragmentação dos fosfolipídios. O aparecimento de poros na membrana mitocondrial pode levar à morte da célula.



- Fluxo Intracelular de Cálcio e Perda da Homeostasia do Cálcio: A homeostase do cálcio é indispensável para a manutenção das funções celulares. A falência da bomba de cálcio promove a sua entrada para a célula e seu acúmulo no citoplasma, além do seu escape das mitocôndrias e do retículo endoplasmático para o citosol. O cálcio promove a ativação de diversas enzimas. Estas enzimas ativadas promovem a inativação do ATP (ATPases), lise das membranas celulares (fosfolipases), lise das proteínas estruturais e das membranas (proteases) e fragmentação da cromatina (endonucleases).



- Acúmulo de Radicais Llivres Derivados do Oxigênio (Estresse Oxidativo): Como conseqüência do metabolismo celular normalmente há formação de pequena quantidade de radicais livres, que tem potencial lesivo para as células. Estas possuem mecanismos de defesa que evitam danos por estes radicais livres (vitamina C, catalase, super óxido-dismutases, glutation peroxidase, ferritina, ceruloplasmina). Porém um desequilíbrio neste sistema (aumento da formação e/ou diminuição da inativação) pode levar a lesões celulares. Há diversos mecanismos para formação destes radicais livres: absorção de radiação ionizante, metabolismo de determinadas drogas, geração de óxido nítrico (NO) e outros. As conseqüências desta agressão por radicais livres são diversas, mas as principais são: peroxidação dos lipídios das membranas, oxidação de proteínas e lesões do DNA.



- Defeitos na Permeabilidade da membrana: A perda da permeabilidade seletiva das membranas celular, mitocondrial, lisossomal, causa uma série de transtornos à célula, permitindo a entrada ou escape de substâncias. Esta lesão pode ser causada por falta de energia (isquemia) ou por lesão direta por toxinas, vírus, substâncias químicas, fragmentos do complemento, etc. Os mecanismos bioquímicos envolvidos são: disfunção mitocondrial, perda de fosfolipídios das membranas, anormalidades no citoesqueleto, radicais livres, subprodutos da fragmentação dos lipídios.

Lesão e Morte Celular

A lesão celular ocorre quando as células são submetidas a um estresse tão severo que não são mais capazes de se adaptar ou quando são expostas a agentes perniciosos. A lesão pode progredir por um estágio reversível  e culminar a morte celular.
Essas alterações podem ser divididas nos seguintes estágios:


Lesão celular reversível: Inicialmente, a lesão se manifesta por meio de alterações funcionais e morfólogicas que são reversíveis se o estímulo nocivo for retirado.


Lesão irreversível e morte celular: Com a progreção do dano, a lesão se torna irreversível e a célula, então, não tem mais como se recuperar. Existem dois tipos de morte celular, necrose e apoptose, que diferem quanto a sua morfologia, mecanismos, e papéis que desempenham nas doenças e fisiologia.
Necrose: Quando o dano ás membranas é severo, as enzimas lisossômicas entram no citoplasma e digerem a célula e os componentes celulares vazam. Se refere as espectro de alterações morfológicas que ocorre após a morte celular em um tecido vivo resultando, em grande parte, da ação progressiva de enzimas nas células que sofreram lesão letal ( as células fixadas imediatamente estão mortas mas não necróticas).
Apoptose: Caracteriza-se pela dissolução nuclear sem perda total da integridade das membranas. É a via de morte celular que é induzida por um programa intracelular altamente regulado, no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu DNA nuclear e as proteínas citoplasmáticas.
Enquanto a necrose é sempre um processo patológico, a apoptose ocorre em várias funções normais e não está necessariamente associada a lesão celular.


Causas das lesões Celulares
As causas das lesões ceulares variam da grande violência física externa de um acidente de automóvel a sausas endógenas, tais como mutações genéticas sutis causando a ausência de uma enzima vital que altera a função metabólica normal. A maioria dos estímulos nocivos pode ser agrupada nas seguintes categorias:
- Ausência de Oxigênio: asfixia, altitudes extremas;
- Agentes Físicos: trauma mecânico, queimaduras, radiação solar, choque elétrico;
- Agentes Quimícos e Drogas: medicamentos, poluentes ambientais, venenos, drogas ilícitas, álcool;
- Agentes Infecciosos: vírus, bactérias, fungos;
- Reações Imunológicas: doenças auto-imunes, reação anafilática;
- Distúrbios Genéticos: anemia falciforme;
- Desequilíbrios Nutricionais;